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O convidado desta semana é o Rui Nascimento Alves, formado em sociologia, director de recursos humanos numa multinacional, e autor do livro, “Segurar Loucos ou Empurrar Elefantes?”.
O Rui foi-me sugerido por uma ouvinte do podcast a Ana Mesquita Patrocínio, e quando vi o título do livro, fiquei convencido.
Eu considero-me mais um louco do que um elefante, talvez seja mania minha, mas vejo o difícil que é às empresas lidar e gerir pessoas que pensam de maneira diferente, que questionam o “sempre se fez assim”.
Já o Vitor Belanciano tinha referido no seu excelente artigo “A mentira da Criatividade” que: “Depois existe essa fantasia de que as estruturas desejam pessoas criativas no seu seio. Na teoria, talvez. Mas se estas o forem realmente é quase certo que irão gerar incertezas. Não serão muito fáceis de enquadrar. Terão um espírito independente e critico. E necessitarão de tempo.” Porém o que acontece em tempos de crise é que o tempo deixa de existir, e faz mais falta o elefante que abre a porta todos os dia às nove e não questiona, do que o louco que tem ideias inovadoras, mas que se interroga sobre a necessidade de se abrir a porta todos os dias às nove.
O interesse do Rui em tentar perceber o desafio que é para as empresas este equilíbrio entre estes dois tipos de personalidade, fez com que fosse perguntar aos directores de várias empresas portuguesas, como gerem as pessoas neste contexto de dificuldade que vivemos actualmente.
Um dos entrevistados do livro diz que “liderar, é no fundo servir”, algo que concordo plenamente, mas infelizmente, muitos “chefes” acham que liderar é no fundo servir-se. Sim, o líder serve as pessoas, as organizações, a comunidade, os “chefes” são normalmente pessoas inseguras, que receiam mais aquilo que podem perder do que aquilo que podem ganhar ao ajudar as pessoas que consigo trabalham.
A questão da gestão de pessoas é algo que mexe muito comigo, pois para mim o tempo é muito importante, e sabendo que a maior parte de nós passará mais tempo no local de trabalho do que com aqueles que nos são mais próximos, não é secundário trabalhar em algo que gostamos, e com pessoas que nos ajudam a crescer.
Falamos no desafio que é hoje em dia em manter talento, o dinheiro já não é o único factor que segura as pessoas, cada vez mais as pessoas dão importância a coisas como a flexibilidade, o tempo dedicado em voluntariado, e no seu desenvolvimento pessoal.
Antigamente um emprego era para a vida, isso acabou. A maior parte das pessoas da minha geração, mais do que ter vários empregos, irá ter várias profissões, o que é um grande desafio para as empresas, pois irão investir tempo e recursos em pessoas que muito provavelmente só estarão de passagem.
Ouvi uma frase que registei, e que foi:
“Pior do que uma empresa investir numa pessoa e ela se ir embora, é não investir e ela ficar.”
Liderar é muito difícil, mas pode-se tornar fácil a partir do momento em que realizamos que liderar não é sobre nós, que os líderes não se auto elegem, são escolhidos por aqueles que querem ser liderados por eles.
A primeira regra, segundo o Rui, para se ser um bom líder, é ser feliz. Só uma pessoa feliz conseguirá fazer os outros felizes. Nota registada.
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