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episódio 116, Bruno Maltez

O convidado desta semana é o Bruno Maltez, arquitecto e ilustrador, que conheci quando fui à primeira reunião do Colab Lisboa.

Embora o Colab Lisboa tenha deixado de existir, os contactos que fiz nessa altura ainda continuam a dar frutos, e encaro essa altura como fundamental para o meu crescimento. Pena que tenha terminado.

O Bruno é ouvinte assíduo do podcast, por isso foi algo injusto ele saber tanto sobre mim, e eu não saber sobre ele, mas no fim das mais de duas horas de episódio, fiquei a conhecê-lo bem melhor.

Há algum tempo que pretendia entrevistá-lo, mas ele foi adiando, dizendo que ainda não se sentia à altura de outros convidados, mas que em Fevereiro de 2016 seria. Assim foi.

Temos em comum o facto de sermos arquitectos, família nos CTT, e um gosto particular pela patetice, que no meu entender é uma enorme qualidade, e a maior diferença é o Bruno ter conseguido criar um meio de viver que lhe permite ser o seu próprio patrão, e eu ainda não ter conseguido fazer.

O seu percurso é relativamente linear, há nele um ser decidido, que ora se mostra, ora se esconde, mas está lá, e se for preciso dizer que quer ser ele o responsável por determinado projecto, dirá para quem quiser ouvir, não como forma de ameaça, mas como forma transparente de afirmação daquilo que é.

O divórcio foi algo que o marcou, poderão ouvir em maior detalhe os porquês, mas aquilo que eu acho e que vale o que vale, é que o Bruno teve aquilo que em psicologia se chama de “crescimento pós-traumático”.

Quando algo de negativo nos acontece, temos apenas duas opções:

  1. deixar que isso nos afecte a ponto de nos limitar e incapacitar, tornando-os pessoas deprimidas e amargas ou,
  2. aproveitar a quebra no que parecia uma linha recta, reflectir sobre o que vale a pena lutar, o que é realmente importante para nós, e dessa forma renascer mais forte e capaz, tal qual fénix que renasce das cinzas.

A necessidade de providenciar o sustento da filha e as limitações das horas que poderia estar com ela, fizeram com que o Bruno se visse de certa forma obrigado a criar a sua maneira de trabalhar, de ganhar a vida, de maneira a ser compatível com a sua prioridade. A filha.

Por mais que reclame ou me queixe, a vida tem-me sido favorável, pois se ainda não me vi forçado a criar esse meio independente de ganhar a vida, foi porque a dor nunca se tornou insuportável. E é, sem dúvida, a dor que nos faz mudar.

 

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