Skip to content

O artista empresa

Neste breve video o Jonathan Fields, fala numa coisa que penso ser o problema de muitos artistas, ou pessoas com ideias, focarem-se apenas e somente na sua arte. Nos dias de hoje, e se calhar desde sempre, os artistas que não tiveram vidas miseráveis foram aqueles que foram públicos com o seu trabalho, que desenvolveram as capacidades de criar um público, seguidores, fãs. Acho que não temos de ter vergonha de incluir no nosso processo criativo um lado comercial, um espaço que considera quem é o meu público e de que forma aquilo em que acredito se cruza com aquilo que os outros buscam.

Ainda no outro dia falava com uma futura convidada do falarcriativo, a Joana Barra Vaz,  sobre aquilo que considero ser o segredo da máquina Toni Carreira.

Goste-se ou não da música que ele faz, aquilo que ele faz e muito bem é dar-se ao trabalho de estar, caso seja necessário, 2 a 3 horas a dar beijinhos e autógrafos a todas aquelas mulheres que formam o seu público fiel que deseja retribuir sob a forma de compra dos albúns, dos bilhetes para os concertos, e todo o merchandising, toda a atenção que o Toni Carreira dispensa com elas.

Há uns anos atrás o Kevin Kelley, escreveu um artigo que acho importante as pessoas criativas, ou aspirantes, lerem e reflectirem na ideia de que não precisamos de 3 milhões de seguidores, mas apenas 1000 fãs incondicionais, aquilo que ele chamou de “1000 True Fans.”

Não digo que façam o que os outros esperam de vocês, cruzem, como já disse atrás, aquilo em acreditam e aquilo que outros procuram. Numa altura em que a internet nos disponibiliza uma enormidade de públicos, procurem o vosso, ou melhor ainda, mostrem-se sem medos, sem vergonhas, de forma a que o vosso público vos encontre facilmente.

Passo seguinte, é criar oportunidades de os vossos fãs vos “darem” dinheiro. O Toni Carreira ao dar tantos concertos, ao lançar DVD’s, camisolas, etc, está a dar uma chance a que gastem dinheiro com ele. Se não criarem “produtos”, entenda-se, concertos, quadros, camisolas, porta-chaves, e-books, etc, os vosso fãs, mesmo que queiram não têm maneira de retribuir aquilo que a vossa arte faz por eles, seja fazê-los pensar ou passar um bom bocado a consumir aquilo que produzem.

Eu próprio ainda não o fiz, mas tenho ideia de o fazer, e sei que o devo fazer, não significa que todas as pessoas que ouvem o podcast ou seguem o blog vão gastar dinheiro comigo, mas ao falarem do podcast aos amigos, estão a criar valor para mim, o converter esse valor em dinheiro é uma consequência, não o objectivo principal.

Nas palavras do Chris Brogan na sua última newsletter:

“O Dinheiro é a sombra. O Sol é a tua comunidade e aquilo que fazes para a servir.”

Leave a Reply