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“A coisa mais importante sobre arte é trabalhar. Nada mais importa excepto sentar-mo-nos todos os dias e tentar.”
Steven Pressfield
Temos a tendência a achar que há algo que nos bloqueia e que nos impede de levar a vida que queremos de fazer aquilo que gostaríamos.
Mas será isso algo interno ou externo?
Limitações todos temos mas é o que fazemos apesar delas que conta, isso todos sabemos, mas quantas vezes paramos para nos perguntarmos o que realmente nos pára?
Sempre fui muito insatisfeito com o que achava que merecia da vida, posso até dizer que era ingrato, queria que as coisas acontecessem quase por artes mágicas. Não que ficasse à espera parado, sem fazer nada, não pensava o que poderia fazer mais, mas mais importante não pensava o que poderia fazer melhor.
Perdia muito tempo a culpar os outros ou as situações, em vez de usar esse tempo e essa energia para reflectir, corrigir a estratégia, e agir na direcção que dizia querer.
Ainda me perco, mas pouco culpo os outros ou as situações, e ainda menos perco tempo e energia a reclamar que algo devia ou não devia ter acontecido. A pouco e pouco tenho-me treinado a reagir perguntando o que posso fazer depois de algo não correr como esperado, não gasto energia a pensar no que poderia ou deveria ter sido feito.
Ainda esta semana, marquei com uma pessoa para a entrevistar, liguei-lhe quando cheguei ao local combinado, mas a pessoa tinha-se esquecido completamente. Não dei por mim a ficar irritado, dirigi o meu foco para o que poderia fazer no tempo que de repente se libertou, e olhei para a situação como algo que pode sempre acontecer e que não é nada de grave.
Quando nos irritamos nem questionamos as verdadeiras consequências, para nós no momento é o fim do mundo, mas se pararmos para pensar no que realmente importa, um esquecimento, um atraso, uma perda de um emprego, uma perda de uma oportunidade, são coisas que não colocam em causa quem nós somos, no entanto a nossa primeira reacção costuma ser como se de vida ou morte se tratasse.
Reconheço que a filosofia estóica tem muito este foco, de continuamente questionarmos as nossas percepções e o facto de a estudar diariamente como referi no episódio sobre a minha rotina tem sido fundamental na mudança de postura.
Neste caso também, na arte de viver é o facto de me sentar todos os dias a praticar que leva a que dia a dia a coisa vá avançando, não notei no primeiro dia, não notei no primeiro mês, talvez nem no primeiro ano, mas agora olho para trás e vejo resultados.
Quando pensamos no que nos impede temos tendência a não ser cem por cento honestos, é mais fácil apontar o dedo a factores externos do que admitir que há algo que podemos fazer mas que não temos a força de vontade ou a coragem necessárias.
Se sentes que há algo a impedir-te de avançar, busca qual a razão que é tua, que não depende de mais ninguém. Sei que há situações que nos impedem e que não dependem de nós, mas serão uma primeira camada, nas camadas seguintes encontramos questões internas, coisas que não queremos enfrentar e que são a verdadeira causa para não arriscarmos.
Um exemplo será alguém que sonha ser pintor ou ter a sua empresa, mas que neste momento tem filhos dependentes que consomem tempo e dinheiro que fazem falta para investir numa mudança de carreira, mas só impedem se acharmos que a mudança só se pode fazer de um dia para o outro. Se encarar a mudança de carreira como um processo todos os momentos que me sejam possíveis de dispensar a aprender, a treinar, a procurar pessoas que me possam ajudar, não há reais impedimentos.
Posso chegar à conclusão que afinal é o meu medo de me expor o maior impedimento para começar, porque na minha cabeça surgem logo cenários do momento em que mostro a minha arte ou empresa e ninguém gosta, ninguém compra, e o que acho que isso diz sobre mim.
A pergunta a fazer deverá ser:
Qual é a coisa que me está a impedir?
Repara que é uma, não são várias, enquanto encontrares várias respostas ainda não chegaste à principal.
Só quando chegares à principal podes decidir o que fazer, até lá tudo o que faças não terá tanto impacto, mas o importante é começar o processo, ganhar momento e aproveitar o balanço para chegar mais longe.
Não deixes que o maior impedimento da tua vida sejas tu.
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