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“Don’t ask what the world needs. Ask what makes you come alive, and go do it. Because what the world needs is people who have come alive.”
Howard Thurman
Esta questão do “what makes you come alive” é, visto daqui de onde me encontro, o caminho.
Desde pequeno tem sido esta a minha luta, a de fazer rir, de provocar, de emocionar, de acordar as pessoas, de retirá-las da dormência de estarmos vivos, estando mortos por dentro.
Não é adiando para a reforma aquilo que nos dá vida que é a solução, todos os dias devemos saber porque é que queremos estar vivos, o que nos faz levantar da cama desejosos de mais uma oportunidade para viver, experienciar esse algo que nos move.
Para algumas pessoas poderá ser dançar, criar os filhos, pintar, cantar, o que quer que seja, há algo que nos move, que faz com que o nosso corpo vibre de forma diferente, que é algo autónomo, não necessita dos outros para sermos plenos, não que não possa incluir o outro, mas a energia, a vibração é nossa.
Que coisas são essas que nos puxam, nos empurram, nos levantam e nos fazem voar bem alto?
A nossa missão é essa, descobrir o que nos dá vida, e vivê-la. A busca, a procura é em si mesma algo que nos faz viver, a morte acontece quando paramos, e não há nada pior do que correr de um lado para o outro sem um pingo de movimento por dentro.
Aquilo de que falo é conformismo, resignação, é aumentar o tempo entre nascer e morrer, mas não no sentido de prolongar a vida, mas roubando anos à vida para dar à morte.
Todos temos sonhos e as aspirações, de ser, de ter, de fazer, porque razão não nos permitimos viver essas experiências?
Porque razão esperamos permissão dos outros, do mundo, para que nos deixem viver a nossa vida? Medo.
Medo de amar tanto a vida que não queremos morrer, e isso temos a certeza que não escapamos. Por isso queremos convencer-nos que estar vivo não é assim tão bom. Sabotamos a vida com medo de gostar de estar vivo, de nos agarrarmos à vida de tal forma que não a queremos largar, é aquela atitude de “com a vida que tenho, morrer nem parece assim tão mau”.
Que enorme mentira! Daquilo que li, de histórias que ouvi, aqueles que viveram a vida pela vida, de forma inteira, quando chega a morte vão em paz, sem arrependimentos, sabem que não deixaram de ser felizes com medo de algo que ninguém escapa. Viveram tudo o que podiam, as alegrias e as tristezas, mas sempre sabendo que estavam vivos, que acordavam acreditando que pela frente vinham aventuras, crescimento, emoção, partilha, as experiências que para eles valiam a pena. São estas pessoas que vivem a sua vida, e não a dos outros, que todos temos o dever e a obrigação de ser, quem vive a sua vida não tem necessidade de viver a dos outros, mas mais importante, não sente a necessidade de estragar a vida dos outros.
Quando a vida vem de dentro, transborda, contagia, dá vida. Quando estamos mortos por dentro, sugamos vida, contaminamos, roubamos aos outros aquilo que deveria ser deles, mas não ganhamos vida, apenas prolongamos a morte.
A parte boa, é que nunca é tarde para acordar, para nos voltarmos a sentir vivos, todos os dias podemos acordar com a pergunta: Porque razão quero estar vivo?
Pode passar muito tempo sem termos respostas, mas o simples acto de perguntar já é um sinal que a vida está cá, dentro de nós a ganhar momento para sair, e por mais lamechas que soe, dar vida a tudo o que nos rodeia.
Começa hoje, amanhã pode ser tarde.
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