Podcast: Play in new window | Download (39.9MB) | Embed
Subscribe: Apple Podcasts | RSS
O convidado desta semana é o David Oliveira, ele é escultor, e tomei contacto com o seu trabalho através do meu amigo e anterior convidado Rui Viana, que me mostrou umas fotografias de alguns trabalhos do David. Fiquei absolutamente fascinado com a nobreza que o “simples” arame ganha, quando o David pega nele e desenha no espaço.
Procurei o contacto no mesmo instante em que vi as fotografias, e no mesmo dia o David concordou em conversar comigo na minha casa.
Mesmo antes de pôr o gravador a funcionar e começar a entrevista, estivemos um bocado à conversa, sobre desenho, a arte, a sociedade, o fazer o que se gosta, e a conversa continuou por mais uma hora depois de carregar no botão de stop do gravador.
Daquilo que me deu para conhcer do David na manhã que passei com ele, as suas esculturas têm muito a ver com o que ele é, uma força tranquila, uma leveza no trato, e uma complexidade transparente à qual não conseguimos ser indiferentes.
O nosso convidado também teve da parte dos pais aquela conversa que muitos de nós ouvimos dos nossos, sobre seguir uma carreira artística mas apenas como “hobby”, arranjar um trabalho das 9 às 5, e no tempo livre ser artista. Porém no caso do David isso não o impediu de tentar viver como artista, e como ele diz, considera sim a hipótese inversa, ter um emprego como “hobby”.
Gostei muito de conhecer o David, de ver que quando se faz aquilo que se gosta, se assume uma determinada escolha feita, as coisas acabam por acontecer, pode não ser fácil, mas o caminho alternativo, embora o possa parecer, não será mais fácil, pois viver todos os dias a fazer algo de que não se gosta para poder ter um telemóvel de última geração, não é, na minha opinão, fácil.
Falámos de muitas coisas, mas as coisas que mais retive da nossa conversa, foi uma serenidade que o David transmite ao falar das suas escolhas, dos seus hábitos, e também o facto de ele dizer que fala consigo próprio na terceira pessoa, que se chama à razão, algo que também faço, que todos deveríamos fazer, mas deveríamos falar connosco próprios como gostaríamos que os outros nos falassem.