Podcast: Play in new window | Download (54.5MB) | Embed
Subscribe: Apple Podcasts | RSS
O convidado desta semana, é novamente o Ricardo Araújo Pereira, que regressou para falarmos de algumas coisas que tinham ficado de fora da primeira conversa.
Após a primeira conversa, ficámos os dois com a sensação que havia assuntos importantes que seria interessante abordar.
Combinado o dia, lá me encontrei com ele, desta vez em minha casa, sítio onde gosto muito de receber os convidados, e onde acho que normalmente me correm melhor as entrevistas, pois estou muito mais à vontade, e descontraído.
O principal assunto que tinha ficado de fora da primeira conversa, foi os “Gato Fedorento”, que foram sem dúvida aquilo que fez com que o Ricardo se tornasse mais conhecido, uma vez que houve uma altura em Portugal que o grupo foi na minha opinião a marca mais forte do país, logo a seguir ao Cristiano Ronaldo.
Falámos de como se juntaram, como as coisas começaram, e como as coisas de repente explodiram e se tornaram enormes.
A fama, é algo que não estava nos planos, foi um dano colateral, eles só queriam escrever textos humorísticos, e mesmo hoje em dia, é esse o trabalho deles, escrever. A representação das suas próprias personagens foi algo que se apresentou como inevitável por não haver dinheiro para contratar actores que representassem os seus textos.
A escassez teve as suas vantagens na minha opinião, porque o lado de “palhaçada entre amigos” é notório para quem os via, e essa amizade e à vontade, contribuíram para um resultado que tocou mais as pessoas, por identificarem ali, uma dinâmica que também tinham com os amigos. Eu pelo menos sentia-o, e outras pessoas que já falei sobre o assunto também.
O Ricardo fala de técnicas para escrita criativa, exercícios que me parecem interessantes, e que sem dúvida irei experimentar, sim, porque eu um dia vou escrever textos humorísticos, acreditem em mim!
Nos links em baixo partilho as ditas técnicas.
Ele foi muita vez “provocado” a vestir o papel de líder do grupo por parte da imprensa, nunca o quis ser, nunca enfiou o carapuço, mas na minha opinião, ele portou-se como um líder, um dos bons.
Um líder para mim, é aquele que quando há algo menos bom na direcção do grupo, recebe o embate, protegendo os outros. Ele ao ser mais cobiçado pelos media, aliviou a pressão sobre os restantes membros, mas, tal como os grandes líderes, na altura de receber o reconhecimento e ou louvores, é o primeiro a chamar a atenção que aquilo é um esforço de grupo, e que nenhum é mais importante que outro.
Não sei se será a última vez que estive com ele ou não, mas mesmo que seja, vale bem a pena.
Se eu o admirava como escritor/comediante antes, muito mais fiquei a admirar ao ver de perto algo que já referi da primeira vez, o seu lado humano, e isso é muito maior que o seu metro e noventa e três.
- Técnica de Raymond Queneau, “Exercices de Style”.
- Técnica de Georges Perec, “La disparition”, video e livro.
Sketchs referidos durante a conversa.
[…] Parte 1 Parte 2 […]