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A convidada desta semana é a Paula Pinto, uma das pessoas responsáveis pela associação Sentidos Ilimitados, uma associação que promove projectos multidisciplinares, envolvendo os artistas de forma plena em performances, espectáculos, etc. É sobretudo um espaço de exploração artística, onde cada um traz as suas valências, e as disponibiliza para um bem maior, um bem comum.
A Paula foi sugerida por uma ouvinte do podcast já há vários meses, mas por razões de saúde só agora lhe foi possível fazermos a entrevista.
A Paula teve uma carreira longa dentro da dança, foi “prima ballerina” no Ballet Gulbenkian, até se reformar. Quando criança assistiu ao Quebra Nozes e a mãe perguntou-lhe se ela estava a gostar, respondeu que sim, e que haveria de dançar naquele palco.
A sua persistência, e não teimosia, como explica, tornaram possível um desejo de criança, que foi realidade pois a Paula colocou as horas e a dedicação necessárias para que isso acontecesse. Treinava no seu quarto as posições agarrada à cama seguindo as indicações de um livro.
Quando entrou para a escola do Ballet Gulbenkian, as coisas como que aceleraram, pois como um peixe na água, as coisas começaram a fluir e aos treze anos fez parte do elenco de um peça onde actuou durante nove meses.
A sua juventude foi preenchida pela dança, formação e actuação deixando de alguma forma os estudos para trás, recuperando-os mais tarde.
Chegada a um determinado ponto, percebeu que para evoluir deveria buscar outro tipo de formação “uma escola” com tradição internacional, tendo por isso deixado o país e rumado a França.
As estadias no estrangeiro repetiram-se pois a necessidade de contactar com mais perspectivas era e é necessária ao impulso criativo da Paula.
Esse impulso foi um dos motores para a criação do projecto Compota, uma “jam session” de criatividade, onde as as mais diferentes áreas artísticas se cruzam, se desafiam e se complementam.
Aconselho a explorarem um pouco do site da Sentidos Ilimitados, pois os projectos são muitos e interessantes, justificando plenamente o tempo que passem no site.
A Paula quer fazer mais, melhor, quer que os artistas tenham as condições necessárias para deitarem cá para fora o melhor de si, sem compromissos, sem “condicionantes de mercado” a ditar a linha de trabalho de um artista.
Retive muitas coisas da nossa conversa, mas o que ficou gravada na pedra, foi uma frase do Agostinho da Silva que a Paula citou: “Persistentemente todo na tarefa.”
Sei que é necessária essa persistência, é isso que me faz semana após semana, fazer o podcast, persistir, embora deva admitir que o caminho não me é claro, mas sobretudo sei que não posso ficar onde estou.
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