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A convidada desta semana, é a Lara Seixo Rodrigues, que faz muita coisa, embora ultimamente esteja ligada à curadoria de artistas, mais ligados à street art.
Eu já tinha ouvido falar muito da Lara, primeiro porque fui colega de faculdade do Pedro, o irmão dela, que fazia as maquetes mais espectaculares da turma e arredores, contrastando com as minhas, que segundo uma professora eram “feitas com os dentes”. Em segundo lugar, acompanho via web alguns artistas que de alguma forma já colaboraram com a Lara, sendo participantes em alguns projectos por ela organizados.
Já tinha no radar falar com a Lara, há algum tempo, mas como lhe disse pessoalmente, até agora não sabia muito bem qual o ângulo a abordar na nossa conversa.
A conversa conseguiu superar as minhas expectativas, que já eram altas, a Lara gosta do que faz, sabe fazer, e tem uma visão bastante abrangente do panorama da arte em Portugal, mais focada porém na street art.
As pessoas são o que motiva a Lara nas intervenções urbanas, o alterar dinâmicas nas cidades, só faz sentido se for com as pessoas e para as pessoas, num processo inclusão, integração, e não ser simplesmente uma parede “muita cool”.
Falámos da necessidade de dar espaço aos artistas para criar, retirando-lhes a não natural tarefa de negociar contratos, autorizações e todas as burocracias que retiram tempo para aprofundar as suas capacidades, explorar novos caminhos, e no fundo crescer como artista.
A questão das galerias, e dos agentes, é algo que me divide de alguma forma, mas consegui ficar mais esclarecido ao falar sobre o assunto, com quem sabe mais do que eu. Aquilo que percebi, é que os maus agentes e os maus galeristas, fazem com que muitos artistas não consigam ver as vantagens de ter alguém a “arrumar” as coisas, para a energia que o artista traz, seja entregue na sua arte, e não burocracias nada criativas.
A Lara tem de ser organizada, pois gerir 15, 20 projectos ao mesmo tempo implica organização, mas também tem de ser capaz de desligar ao fim de um dia intenso.
Referiu-me que a vida é que lhe ensinou, tanto a ser organizada, como a saber desligar. Disse-lhe que a vida tinha sido boa professora para ela, mas mais importante que a vida ter sido boa professora, foi a capacidade que a Lara teve para ouvir os ensinamentos que a vida lhe apresentou.
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